Imagine se conhecesse sua cara metade depois da morte... seria o fim ou o começo? É possível conciliar ideologia e amor? Esses questionamentos e tantos outros me inquietaram durante a leitura de "Os dados estão lançados" de Jean Paul Sartre. A linguagem é simples e objetiva, o estilo de Sartre é inovador, a tal ponto de um leitor que não observe o nome do autor imaginar que o livro é contemporâneo, porém me encantei pelos diálogos, são inteligentes, francos. Sartre desenvolve a trama mas não se importa com finais felizes ou tristes, o que vale é o jogo entre os iteresses pessoais, ou sociais e os interesses do casal. Quantos cabem em uma relação? Nem Sartre pode explicar.
Fichário
Tudo começou quando eu tinha cinco anos.... O apartamento era muito menor do que a casa aqui em São Paulo, o que fez com que recebêssemos todos os livros de meu tio, o único que havia concluído o Ensino Médio na família. Embora tivéssemos contato com livros (pois nossos pais eram leitores ávidos - ele amava teologia, ela romances e ambos amavam a Bíblia) a chegada de caixas com diversos volumes coloridos representou um tesouro a ser desvendado. Mal sabia eu o quanto isso mudaria minha vida....
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Antes da Liberdade
Poucos autores se dedicaram aos relatos de crianças que cresceram durante governos autoritários, por isso considero essencial a leitura desse livro de Julia Alvarez. A personagem narradora transmite ao mesmo tempo força e fragilidade, em alguns trechos apresenta uma reação comum a muitas pessoas que viveram em períodos ditatoriais - o silêncio.
Anita consegue testemunhar sua experiência durante a ditadura de Rafael Leonidas Trujillo na República Dominicana pelo diário, num primeiro momento a preocupação com a censura (da mãe e do SIM- Serviço de Inteligência Militar) faz com que a menina apague os relatos (não há possibilidade de registro) e quando a crise atinge seu ápice, o estado de saúde da protagonista beira a depressão e já que não é possível piorar a situação, o Diário exerce sua função e, consequentemente, a menina volta a conversar. O testemunho "cura" suas feridas e ao mesmo tempo simboliza as diversas obras literárias que mantém essa tradição.
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