segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A viagem de Théo

Confesso que esse livro me conquistou aos poucos, na verdade quando eu me despi de alguns preconceitos comecei a me encantar com a trama... meus preconceitos não eram religiosos, estavam relacionados muito mais à maneira como a história seria contada, não tenho muita paciência para romances infanto-juvenis e imaginei que estava diante de mais um deles, ledo engano... a história é boa, e a maneira como as religiões são inseridas nas aventuras e nos jogos é muito equilibrada.
Aprendi muito e até me emocionei no final... é preciso respeitar a crença do outro, mesmo que o outro não acredite.
Deixo a oração, um dos meus trechos prediletos deste livro:



“Ide tranqüilamente entre o tumulto e a pressa e lembrai-vos da paz que pode existir no silêncio. Sem alienação, vivei tanto quanto possível em bons termos com todas as pessoas. Dizei calma e claramente vossa verdade, e ouvi os outros, mesmo o pobre de espírito e o ignorante; eles também têm sua história. Evitai os indivíduos barulhentos e agressivos, eles são um insulto para o espírito. Não vos compareis com ninguém: correríeis o risco de vos tornar vaidosos. Sempre há alguém maior e menor que vós…
Desfrutai vossos projetos, assim como vossas realizações, sede sempre interessados em vossa carreira, por mais modesta que seja: é uma verdadeira posse nas prosperidades mutáveis do tempo. Sede prudentes em vossos negócios, porque o mundo está cheio de malícias.
Mas não sejais cegos no que vos concerne ? virtude que existe: vários indivíduos buscam os grandes ideais e em toda parte a vida é repleta de heroísmo. Sede vós mesmos. Sobretudo não simuleis a amizade! Tampouco sede cínicos no amor, porque em face de qualquer esterilidade e de qualquer desencanto ele é tão eterno quanto a relva…
Aceitai com bondade o conselho dos anos renunciando com graça a vossa juventude. Fortalecei a prudência de espírito para vos proteger em caso de infortúnio repentino. Mas não vos aborreçais com quimeras! Numerosos temores nascem da fadiga e da solidão…
Para lá de uma disciplina sadia, sede ternos convosco mesmos. Sois filhos do universo, tanto quanto as árvores e as estrelas: tendes o direito de estar aqui.
E, percebais ou não, o universo se desenrola sem dúvida como deveria. Estai em paz com Deus, qualquer que seja vossa concepção dele e, quaisquer sejam vossas obras e vossos sonhos, guardai no desconcerto ruidoso da vida a paz em vossa alma. Com todas as suas perfídias, as suas tarefas fastidiosas e os seus sonhos desfeitos, o mundo é belo! Prestai atenção… Tratai de ser felizes.”
“a viagem de théo”, páginas 613-614

Um comentário:

  1. Começei a ler a pouco tempo mas já senti o espirito do livro,é realmente mais um a se agrescentar não apenas no intelecto mas na vida.

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